domingo, 3 de março de 2019

Doces Ilusões




"Essa é uma viagem interdimensional dentro de tudo que nós somos"

E e eu não sei para onde ir, por toda minha vida eu estive tão perto


Um dia me dei conta da ilusão que vivo, presa num corpo material, num mundo materialista, vivendo controlada. Por quem? Eu não sei
Quase sempre vivendo no modo automático, quase sempre sem ter controle dos meus próprios pensamentos, simplesmente pensando sem parar.

 Vivo constantemente atuando, pois eu não sou quem eu queria ser, eu não vivo a verdade, eu vou me maquiando pro mundo, e até mesmo vivendo para sobreviver.
E posso até passar parte do dia fingindo simpatia, mas de noite não há erro, a agonia me pega.
 A tristeza me abraça

Mas se o universo é imenso e até mesmo infinito, então as possibilidades são infinitas.
Aqui eu sou humana, mas eu também sou muitas
Aqui eu vivo certas emoções e sentimentos (medo, raiva, tristeza, ansiedade, coragem..) que desconfio que só esse planeta tem
É denso, é difícil viver na terceira dimensão
Mas é incrível se parar pra analisar
A minha alma tá se desenvolvendo e evoluindo de várias formas, inclusive pelo sofrimento

Tudo aqui é passageiro, e no fim, só a Morte terá as respostas de todas as dúvidas
Aliás, a morte é a resposta de todas as perguntas sábias
Se eu não sei o dia da minha morte, eu posso viver o agora sem medo e culpa nenhuma
Eu posso abraçar minhas aflições e agonias sabendo que vai acabar
Eu posso vivenciar minhas alegrias e experiências boas, sabendo que vai acabar também

Isso é passageiro, é só uma jornada de muitas, então não vale a pena perder tempo com coisas que não engrandeçam a minha alma
"Eu só corro pelo certo, quem não pode errar sou eu"
Ainda tenho muito aprender, a vida ainda é uma promessa de muitas coisas, e as minhas decisões de agora gerarão a consequência e a recompensa.

Mas segurar sozinha essa barra que é viver não dá
É preciso ter em mente que nunca estarei sozinha,

"Tô pra ver se amanhã ainda estarei sozinha ou se já terei me transformado em dois bilhões de opiniões... ainda não, mas to na firma e to firmão"

Tudo vale a pena pra uma alma grande, vale a pena viver sim! Apesar de tudo ruim que vemos.
Ás vezes eu me sinto presa de mim mesma, e você tenta fugir, sair, mas ainda a sensação um dia te pega numa tarde modorrenta
Faz parte de quem eu sou
Isso é um lembrete de que eu também não sou perfeita
Eu não tô no mundo errado, eu vim aqui pra encarar com coragem tudo isso
O medo pode até bater, mas ele não vai me derrubar
E eu acordei, meu terceiro ativado, isso é um presente de Deus
Eu odiaria tá no lugar de quem só vive pelo dinheiro e o irreal
Prefiro ficar de boa como meu mestre Jesus.



Tô pra ver

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim s-só sorte
Tô com a favela eu tô forte

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim s-só sorte
Tô com a favela eu tô forte

Eu tô pra ver um daqui pedir toalha, água
Não resistir a essa batalha
Do rap não sou uma estrela, eu sou uma arma
Que cospe a verdade, pega e fala
É do perreio, desespero, descabelo e da desgraça
Que nutre o ódio e prolifera com a massa
O gosto amargo, descaso que se passa
É trabalhar sem ter se envolver vira fumaça
Do que esconderam debaixo do tapete
Saciar meu povo, que tá com sede de verdade
Sim, aqui se pode, correr atrás
Traíras não podem conquistar o que teriam de graça
De que adianta ter conceito nas festa
Sem moral na quebrada, sua carapuça caiu
Ai, coisa feia... É óleo de peroba nessa cara de madeira
Em toda quebrada tem, você sabe bem
O que ele quer é te derrubar (ouô) mas não vão conseguir
Porque

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim s-só sorte
Tô com a favela eu tô forte

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim s-só sorte
Tô com a favela eu tô forte

Ensinamentos dessa caminhada
O sol que te aquece de graça
O artesão que a madeira talha
Agulha no palheiro, um dia a gente acha
O tempo passa devagar se a vida tá sem graça
É rocambole sem recheio, tonel sem cachaça
Beijo sem língua, São Paulo é uma farsa
Banca o desarmamento, ação desesperada
Não investiram na educação, huh, agora paga
É preto e branco, um vazo no martelo
Uma flor sem cor, o sorriso amarelo
Entra ano e sai ano, meu povo na miséria
Se o meu negócio é cantar... Cantaremos, Cinderela
Eu quero aprender, eu quero saber, eu quero passar pra depois desenvolver
Eu quero comer, eu quero beber
Saneamento básico, cacete, isso é o mínimo
Dignidade do poeta que vai se diluindo
Numa luta covarde vou seguindo, tossindo
O que mais me incomoda é sua pobreza de espírito
O que mais te incomoda é que eu sou feliz fazendo isso

Desistir, nunca, não sou covarde
Queira ou não rap é uma realidade
Desistir, nunca, meu povo não é covarde
Queira ou não o rap é uma realidade de luta
Luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta
Luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta, luta

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim só, só sorte
Tô com a favela eu tô forte

Tô pra ver um daqui sucumbir
Você pode até sorrir mas no final vai chorar
Mexeu com nóis assim só, só sorte
Tô com a favela eu tô forte

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